Meio Ambiente e Sustentabilidade por Márcio Silva do Amaral

Racismo Ambiental: A injustiça que aprofunda desigualdades

A tragédia causada pelas chuvas que atingiram o estado do Rio Grande do Sul a cerca de um ano, vitimando 183 pessoas, evidencia a desigualdade em termos de acesso a serviços como saneamento básico e moradia digna.

Uma forma de discriminação que se manifesta na distribuição desigual dos impactos negativos da degradação ambiental, afetando de forma desproporcional comunidades negras, indígenas e outras minorias étnicas. Essa injustiça se perpetua através da falta de acesso a recursos naturais, da exposição a poluentes e da exclusão de processos de tomada de decisão sobre o meio ambiente.

O conceito de racismo ambiental foi cunhado nos Estados Unidos na década de 1980, quando comunidades negras começaram a denunciar a localização de aterros sanitários e indústrias poluentes em seus bairros. No Brasil, o termo ganhou força nos anos 2000, com a luta de comunidades quilombolas e indígenas contra a exploração de seus territórios.

O racismo ambiental se manifesta de diversas formas, com incidência maior em comunidades negras e indígenas que são frequentemente localizadas próximas a aterros sanitários, indústrias poluentes e outras fontes de degradação ambiental.

A privatização e a exploração desenfreada de recursos naturais como água e terra prejudicam o acesso dessas comunidades a esses bens essenciais. Comunidades marginalizadas são frequentemente excluídas de decisões sobre o meio ambiente que afetam diretamente suas vidas. Populações pobres e negras são as que mais sofrem com as consequências de desastres ambientais, como enchentes e deslizamentos.

O Que Fazer Para Evitar o Racismo Ambiental:

Para combater o racismo ambiental, é preciso um esforço conjunto de governos, empresas e sociedade civil.

É fundamental que os governos criem e implementem políticas públicas que garantam a justiça ambiental e a igualdade de acesso a recursos naturais. As comunidades afetadas pelo racismo ambiental devem ter voz ativa nos processos de tomada de decisão sobre o meio ambiente.

As empresas devem adotar práticas sustentáveis e responsáveis, evitando a poluição e a exploração de recursos naturais em territórios de comunidades marginalizadas. É preciso promover a educação e a conscientização sobre o racismo ambiental, para que a sociedade como um todo compreenda a gravidade do problema. Apoiar e fortalecer as comunidades que lutam contra o racismo ambiental, garantindo que tenham acesso a recursos e informações para defender seus direitos.

 Por fim, mas não necessariamente apenas o que foi destacado aqui, é necessário a criação de leis que punam empresas e pessoas que praticam o racismo ambiental.

 A luta contra o racismo ambiental é uma luta por justiça, igualdade e um futuro sustentável para todos.

 Márcio Silva do Amaral
Engenheiro Ambiental
CREA/RS 270848

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